Fadiga, dores, exames alterados, doenças que aparecem “do nada”… você pode estar com COVID Longa.
Mais de dois anos após o início da pandemia de covid-19, cientistas do mundo todo ainda tentam descobrir e explicar quais são as causas da chamada covid longa – casos em que os pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 continuam com sintomas persistentes durante meses após já terem se recuperado da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% a 20% das pessoas infectadas tenham sintomas a longo prazo e alerta que isso pode acontecer com qualquer pessoa, mesmo quem teve casos leves — embora seja mais comum entre aqueles que tiveram a forma grave da doença.
De acordo com o médico infectologista Moacyr Silva Junior, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e da UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, apesar de existirem vários estudos em andamento sobre a covid longa, ainda não há respostas definitivas para explicar exatamente o que a causa. Na covid longa, segundo o especialista, os sintomas debilitantes costumam persistir por mais de quatro semanas após o diagnóstico e não há um tempo médio de duração, variando muito de caso a caso.
“A covid longa afeta vários sistemas do organismo. Os principais sintomas são alterações pulmonares [dificuldades respiratórias]; fadiga crônica e alterações cognitivas, como problemas de memória mais detalhada e associações de lógica, que podem durar meses”, afirma o médico. Outros sintomas comuns são a perda de olfato e/ou paladar por tempo prolongado.
“Há casos de pessoas que se contaminaram e, até o momento, não conseguiram recuperar esses sentidos”, diz.
Ainda segundo o especialista, geralmente a condição ocorre em pacientes mais idosos, com diabetes tipo 1 ou 2, e atinge mais mulheres e pessoas que tiveram caso graves de covid-19, que precisaram de internação em UTI. O problema não se manifesta da mesma forma em todos – por isso a dificuldade em explicar por que acontece em algumas pessoas e em outras não.
Fonte: Uol
Foto: Vladislav Muslakov/Unsplash/Divulgação