“Um dia acordei e meu marido tinha ido, sem me avisar, ver o presidente em Jucurutu”, disse ela revoltada, que ficou com todos os afazeres da casa e com as crianças enquanto ele dirigiu mais de 3 horas para ver de longe um político que ela chama “carinhosamente” de topeira.
No outro dia, já depois dele ter chegado, a jovem senhora teve um susto: no escritório que divide com o marido em casa, uma toalha com o rosto de Bolsonaro e letras garrafais: Fechado com Bolsonaro! Resultado: 2 dias sem falar com ele, que proibiu a esposa de mexer na nova decoração.
“É preciso ter respeito. Eu nunca questionei a posição política dela, então ela tem que me respeitar também”, disse ele, reclamando que todo esquerdista é comunista e radical. “Eu não sou comunista, só voto em qualquer um, até um cachorro, pra tirar Bolsonaro do poder”, retrucou ela.
As desavenças políticas quase levou o casal a separação em 2021. “Não é porque ele é Gado, é porque é inaceitável, um problema de caráter, concordar com os posicionamentos e valores daquele homem”, disse a mulher. “Você viu? Ela não me respeita. Me chamou de gado”, e a briga começou de novo.
Este não será um ano fácil para casais que pensam politicamente diferentes. Se na família, as brigas em WhatsApp já começaram, a polarização já destruiu amizades, imagina dormir na mesma cama com alguém que pensa o oposto de você.
“É preciso ter sabedoria”, ensinou o casal, que passou até por terapia para saber lidar com a situação. Eles decidiram não comentar política em casa. Outra medida foi ele bloquear ela de suas redes sociais, evitando conflitos cada vez que ele postava algo em favor do presidente. Hoje, o assunto é proibido entre eles e acreditem: estão em paz e felizes.
Eu não preciso dizer quem é esse casal, né? Só digo que Bolsonaro, o “a favor da família e dos bons costumes”, não foi capaz de destruir essa, que continua firme e forte, graças a Deus.