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Cirurgião plástico Paulo Duarte pede remoção de matéria sobre morte de sua paciente 

Cirurgião plástico Paulo Duarte pede remoção de matéria sobre morte de sua paciente 

O cirurgião plástico Paulo Duarte está me processando por tê-lo citado uma única vez nas matérias que o Blog Juliana Celli fez sobre a morte de sua paciente Nathalia Araujo, ocorrida no dia 6 de fevereiro de 2023, aos 36 anos de idade, durante uma cirurgia realizada por ele.

o médico diz que o blog noticiou “inverdades” na matéria intitulada “Caso Natália Araújo: MP investiga se Hospital Gastroprocto e médico Paulo Duarte poderiam ter realizado cirurgia em unidade sem UTI nem ambulância”.

O médico pediu a retirada não só de seu nome, mas da matéria com informações obtidas do Ministério Público, em 24 horas, e R$ 10 mil em indenização. A juíza Sabrina Smith Chaves, do 9º Juizado Especial Cível da Comarca de Natal, determinou a retirada da notícia, sem eu ter apresentado sequer defesa.

Durante toda a repercussão do caso, o nome de Paulo Duarte foi “poupado” pelo Blog Juliana Celli, exceto nesta matéria objeto da ação, gerando certo desconforto nos leitores e colegas dele mesmo, inclusive, que pediam que o blog colocasse o nome do profissional responsável pela cirurgia de Nathalia.

Mesmo assim, na época, o blog escolheu não citá-lo, apenas nessa matéria, e se colocou à disposição do médico para possível defesa ou pronunciamento. Através de mensagem de WhatsApp, ele disse que estava em atendimento e que retornaria o contato, o que nunca aconteceu.

Depois, seu advogado, Venceslau Fonseca de Carvalho Júnior, ligou para o meu esposo pedindo a retirada do nome do médico da matéria, na minha opinião, atitude machista, já que o meu marido nada tem a ver com a minha área de atuação.

Agora, desta forma, ele tenta não ser vinculado ao caso, que trouxe bastante comoção da população do Rio Grande do Norte.

Nathália deixou uma filha de um ano de idade. Mesmo assim, o médico nunca fez nenhuma nota de pesar ou se pronunciou sobre o assunto em suas redes sociais, bastante utilizada para dar publicidade aos serviços prestados. Pelo contrário, no dia seguinte da morte da jovem, suas postagens patrocinadas continuaram sendo divulgadas sem interrupção. Em uma delas, ele mesmo responde a uma seguidora: “venha realizar seu sonho”. Este blog também poupou o médico desta notícia, imaginando ter sido um equívoco de sua assessoria de marketing e não do profissional, que deveria, assim espero, no mínimo, estar abalado pela perda do sonho e da vida de sua paciente tão precocemente.

O blog também não noticiou, quando teve acesso, ao período em que Paulo Duarte ficou suspenso pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) por conduta antiética.

O blog também decidiu não noticiar a lista de processos que Paulo Duarte sofre na justiça de pacientes que o acusam de erro médico, que correm de forma aberta ou em segredo de justiça.

O blog nunca noticiou os processos contra ele junto ao Cremern – Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte.

Também não noticiamos os processos que ele tem contra um advogado do Rio Grande do Norte que defende pacientes que se sentiram lesadas por ele e outro contra um colega médico de Minas Gerais, que o acolheu quando este ainda era estudante.

Também não noticiamos todas as denúncias que recebemos de antigas pacientes que entraram em contato com o blog, uma inclusive fala em adulteração de prontuário médico, sendo ele investigado pelo assunto.

Não há na Lei nada que impeça a citação do nome do médico em nenhum desses casos.

Se a ideia era calar o blog e ferir o direito à liberdade de imprensa e de expressão, este veículo irá, por cumprimento da decisão judicial, retirar a matéria em questão do ar, antes mesmo de receber a citação oficial e reeditar todas as notícias anteriores que falam da morte de Nathalia Araujo, colocando Paulo Duarte como cirurgião responsável, dando o direito da sociedade saber quem foi o médico que a operou, sem qualquer julgamento ou condenação prévia, apenas exercendo o direito, como jornalista, de noticiar fatos. Direito, que por sinal, eu irei lutar até o fim.

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