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Monogamia na teoria, infidelidade na prática: pesquisa revela hipocrisia da sociedade brasileira

Uma pesquisa chamada “O Mapa da Não Monogamia no Brasil”, baseada em entrevistas com 1.036 brasileiros entre 23 de outubro e 1° de novembro de 2023 indica que, apesar do conhecimento teórico sobre relações não monogâmicas, os brasileiros preferem praticar a infidelidade que assumir uma relação “não convencional”.

A pesquisa destaca que 51% dos entrevistados prefeririam viver uma não monogamia em comparação aos 13% que optaram por serem monogâmicos e infiéis, enquanto 36% não têm uma opinião clara sobre o assunto.

Contudo, quando questionados sobre experiências pessoais, 81% afirmaram nunca ter participado de um relacionamento não monogâmico, indicando uma discrepância entre o desejo teórico e a prática efetiva. 

Além disso, a pesquisa revela que, embora a maioria dos entrevistados (63%) desaprove a infidelidade, 89% conhecem alguém que já foi infiel, evidenciando uma dicotomia entre comportamento desejado e observado.

Luciane Cabral, sexóloga, destaca que, apesar do crescente interesse teórico na não monogamia, persistem tabus culturais e sociais, resultando em uma preferência pela infidelidade na prática. A pesquisa aponta para a necessidade de desconstruir preconceitos e promover discussões mais abertas sobre as relações não monogâmicas na sociedade brasileira.

“Há muito temor em assumir relações não monogâmicas, enquanto vemos muitas extraconjugais. Os relacionamentos não monogâmicos são frequentemente confundidos com a infidelidade. E, embora na teoria se acredite que é melhor estar numa relação não monogâmica, na prática as pessoas preferem ser infiéis”, pontua a sexóloga.

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