Depois das imagens que viralizaram na internet das agressões cometidas pelo turista pernambucano Rafael Galindo Leite contra sua esposa na frente de seus dois filhos, a pediatra potiguar Mara Sérvula usou as redes sociais para mostrar como discussões, xingamentos ou gritos podem atrapalhar a formação emocional da criança e fez um alerta: “parem de brigar na frente de seu filho”.
Segundo ela, não há relacionamentos perfeitos e quanto maior o tempo que se está junto, a probabilidade de surgirem diferenças e conflitos aumenta. “Porém discutir na frente dos filhos e cometer violência doméstica afeta mais as crianças do que podemos imaginar”, explica a médica.
“Quando a criança presencia essas cenas, o ambiente familiar passa se tornar inseguro para ela. O sentimento de culpa, medo e abandono pode surgir, bem como sintomas de ansiedade, agressividade e dificuldade para se relacionar com outras pessoas”, disse ela.
A pediatra ainda destacou o desespero da criança que aparece no vídeo que viralizou recentemente frente ao descontrole aparente de seu pai, que deveria ser fonte de amor, abrigo e cuidado. “Vamos cuidar mais de nossas crianças”, concluiu.
Estudo aponta consequências graves
Gordon Harold, professor de Psicologia da Universidade de Sussex (Reino Unido) e autor do estudo “How Family Relationships Affect Children’s Early Development: Unpacking Nature from Nurture”, analisa que os conflitos interparentais e as violência doméstica estão entre os principais fatores familiares que mais afetam as crianças.
Quando essas brigas são frequentes e/ou intensas, podem causar consequências sérias nos filhos, como depressão, transtornos de conduta, automutilação, uso indevido de substâncias, psicose, fracasso escolar e até suicídio, afirma Harold.