Você abriu essa mensagem com vontade de me xingar. Ela está louca, pensou. Apenas leia.
O caso do anestesista Giovanni Quintela chocou a nação. As imagens são repugnantes, inaceitáveis…
Por muito tempo, quando se falava em estupro se pensava numa mulher em uma rua esquisita sendo abordada por alguém que a levou pra uma mata ou um beco escuro e fez sexo a força com ela. A imagem que vem à cabeça é de uma mulher ensangüentada, machucada… Esse tipo de estupro existe, mas ele não é o mais comum.
O estupro mais comum é aquele onde a vítima não grita, aquele que não deixa marcas físicas…
Ela bebeu demais, mas não foi respeitada, ela disse que estava com dor de cabeça porque não queria fazer sexo, o companheiro disse: se eu não fizer sexo com você, farei com outra pessoa e logo depois eles transam, ela não sabia nem o que estava acontecendo pela idade, pela vulnerabilidade, mas ele “acochou” ela ou fez sexo com ela. Ela disse que não era o momento, que não a tocasse, ele foi lá e colocou a mão em seus seios. Esses são os tipos de estupros mais comuns dessa cultura que está enraizada na nossa sociedade.
Existem duas categorias de estupro: o repugnante como o do Dr Giovanni e o “estupro aceitável”.
Você, homem, já parou pra pensar que você já estuprou alguém? Repense se em sua vida nunca houve uma situação como essas citadas anteriormente e se pergunte se você já invadiu o corpo de alguém, se você teve uma atitude abusiva.
Mais do que pedir punição para O doutor monstro é preciso combater a cultura do estupro: que meninas e meninos, homens e mulheres falem sobre isso, entendam o que é essa cultura que já me fez vítima, minhas amigas, familiares, desconhecidas e se não pararmos, fará nossas filhas vítimas.